Caso 037-9041 (Skiés)
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[INÍCIO DA TRANSCRIÇÃO]
[S-0023]
“[voz masculina] com– [estática] do– [estática forte] aparentemente intactas. Contudo, a análise molecular forense aponta que o corpo ficou– [estática] em um apartamento completamente fechado, diretamente sob a luz do sol durante várias horas por dia. Atribuiu-se como identidade a antiga moradora, senhora V. [estática] contudo, ao entreouvir uma conversa de teor controverso entre B. e E., especialistas laboratoriais in loco sob a tutela do diretor forense, decidi abordá-los na estação para clarificação.” [fim da fita]
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[S-0024]
“Esperei o encerramento de seus turnos e optei por interrogá-los fora da estação, no estacionamento ao lado. Convenientemente, estavam os dois juntos. Ao serem questionados, demonstraram inquietação, com B. constantemente olhando ao redor como se estivesse com medo de que alguém estivesse nos ouvindo. [estática] –assegurá-los do sigilo da operação, com relutância E. consentiu em relatar o que sabia. No momento, sigo no aguardo do outro lado da rua na cafeteria [estática] para efetuar a ligação por um telefone público, enquanto observo as movimentações na estação pelas próximas horas.” [fim da fita]
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[S-0025]
“[estática] –psicologicamente instável [estática] –consegui fazer com que se acalmasse, com algum custo. E. possui uma formação profundamente religiosa, e certos elementos da cena do crime lhe remeteram a superstições de sua criação. Durante a maior parte de nossa ligação, citou diretamente [estática] e expressou profunda insatisfação com os métodos do diretor forense, doutor N. Em meio a várias interjeições supersticiosas, nas quais mencionou [estática] julgamen–[estática] pec–[estática] –N. teria, ‘por necessidade de esclarecimentos à família e adequação a métodos burocráticos’, adulterado laudos de análise. Neste momento, estou a caminho do parque [estática] –ao encontro de E., para averiguar suposta evidência material.” [fim da fita]
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[S-0026]
“E. estava visivelmente torporosa. Recusou ir a um hospital, ou que a acompanhasse em segurança de volta para casa. Assim como B. mais cedo, olhava ao redor ansiosa, até por vezes encarar um ponto fixo nas árvores– [estática] –visível [estática] moven– [estática forte] um envelope de papel pardo e foi embora apressadamente. Estou gravando enquanto dirijo de volta pra casa na radial [estática] –um desvio para obras.” [fim da fita]
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[S-0027]
“Estou sentado na cozinha com os documentos espalhados em cima da mesa, tentando fazer sentido da situação. Analisei cada centímetro de cada um, vários apresentam anotações dos funcionários do laboratório forense, e alguns do próprio doutor N.; muitos números, diagramas e informação supérflua. O mais preocupante está no verso do laudo final, que atesta a identidade do corpo como sendo da senhora V.[estática] –marcação à lápis quase apagada, com as palavras ‘dentes’, ‘unhas’ e ‘DNA’ seguidas de múltiplos pontos de interrogação; No canto da página, percebi sulcos no papel– [estática] –auxílio de grafite e luz negra consegui ler a palavra ‘QUEM’, seguida de mais pontos de interrogação, e algo escrito logo abaixo, mas tão fortemente rasurado que não pude discernir. [estática] –saber se as marcações foram feitas por E., B. ou mesmo outro especialista forense. Não estou conseguindo mais pensar claramente, vou levar os documentos para interrogar o senhor N. amanhã.” [fim da fita]
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[S-0031]
“Noite de sono terrível. Não devo ter dormido mais do que duas horas. Tive um sonho vívido em que ouvi o telefone tocar, me levantei para atender e ninguém disse nada– [estática] –comprar mais filtro de café.” [fim da fita]
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[S-0032]
“Acabei de ouvir as gravações de ontem, e percebi que o gravador está com defeito. Transcrevi o áudio completando as lacunas com a memória, e guardei as transcrições embaix– [estática] –esta fita.” [fim da fita]
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[S-0041]
“Dois dias se passaram desde a última gravação. O gravador deixou de funcionar completamente, sobrescrevendo completamente as fitas que estavam dentro dele com estática, com a exceção de uma. Tive que comprar um novo, e vou tentar gravar sobre os últimos dias o melhor que posso. As coisas que vou dizer aqui podem parecer ficção, ou as alucinações de um homem insano, mas eu imploro que, quem estiver ouvindo a essas mensagens, que tome tudo como a mais pura verdade, que meus olhos e ouvidos sejam testemunhas. Depois de confirmar na estação que o doutor N. estava em casa de folga, dirigi até seu endereço. Estranhamente não tinha mais nenhum sinal de obras no acesso à Linha Roxa, então não tive que pegar a radial. Parei o carro duas quadras de distância e caminhei até sua casa. O senhor N. mora em uma vizinhança de alta classe, com casas grandes, carros grandes e pouco movimento na rua. Toquei a campainha algumas vezes e não tive resposta. Depois de quase uma hora verificando se teria algum sinal de movimento na casa e tocando a campainha várias vezes, senti um aperto no estômago. Girei a maçaneta e a porta da frente estava destrancada. Entrei, chamando pelo doutor, mas a casa estava completamente vazia. Não tinha sinal de uso há semanas, com comida estragando na geladeira e bastante poeira — algumas janelas estavam abertas, mas nenhum sinal de invasão ou confronto de qualquer tipo. O senhor N. parece ser o tipo de pessoa que não mistura o pessoal com o profissional, porque não tinha nada em casa que remetesse ao caso e ao trabalho na estação. Depois de vasculhar a casa inteira, gastando boa parte do dia, encontrei um envelope em papel pardo, parecido com o que me foi dado por B. No instante em que peguei, senti um cheiro estranho. Não parecia vir da casa, do envelope, ou de mim. Não parecia com nada que já tivesse sentido antes. Abri o envelope, e encontrei uma foto da senhora V., com o rosto circulado em marcador permanente, a palavra ‘AMOR’ em cima da sua cabeça, e no verso escritas muitas palavras pejorativas que não cabe repetir aqui. Guardei a foto na jaqueta, e saí da casa.” [fim da fita]
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[S-0042]
“Não consegui relatar tudo na última gravação. Estava em um banco na praça perto de casa, e tive a sensação de estar sendo observado. Entrei no carro e estou dirigindo em círculos. Seguindo o relato – depois de sair da casa do doutor N., decidi que a foto era evidência suficiente para apresentar para a tenente L., responsável pelo caso. Fui até a estação, e no estacionamento encontrei B., em roupas sujas e um rosto péssimo. Parecia estar esperando por mim. Seu comportamento paranoico tinha sido substituído completamente, estava calmo e resoluto. De acordo com ele, tinha entendido ‘tudo errado’, e agora sabia o que precisava ser feito, exatamente nestes termos pouco claros. Disse que gostaria de me ajudar com a investigação, mas respondi que no momento era melhor que não se envolvesse sem necessidade. Ele questionou o que vim fazer na estação, e nesse momento senti estranheza em o ter encontrado naquele momento, e em seu interesse repentino. É possível que a falta de sono, mais um princípio de paranoia, tenham nublado meu julgamento racional, mas senti que não deveria responder. Disse apenas que iria resolver algumas pendências com papelada, e fui me afastando enquanto agradecia pela colaboração. Ele permaneceu em silêncio, me olhando conforme entrava no prédio. Uma vez lá dentro, [forte estática] –em uma operação de vigilância, sem previsão de retorno. Perguntei se podia falar com algum subordinado da tenente que estivesse no caso. A secretária disse que o caso estava praticamente fechado e apenas a tenente ainda estava com atribuições, mas eram só de finalizar relatórios. Reiterei que o caso era de suma importância e me recusei a ir embora até falar com alguém que pudesse passar a evidência diretamente para a tenente, no que acabou provocando uma discussão e, por fim, consegui a promessa de que a tenente entraria em contato assim que retornasse da operação, antes do arquivamento do caso. Saí da estação, não vi sinal de B., o que ao invés de me tranquilizar me deixou ainda mais inquieto. Entrei no carro e quando fui tatear o bolso da jaqueta, não encontrei a foto. Revirei todos os bolsos, levantei os tapetes do carro, em todos os cantos que podia estar, e voltei correndo para a porta da estação, pensando se teria deixado cair em algum momento. Encontrei as portas trancadas e um prédio completamente vazio e apagado, mesmo tendo estado lá dentro há menos de dez minutos. Olhei ao redor, e vi que não era só a estação: a rua estava completamente vazia. Nenhum sinal de pessoas ou carros. O estacionamento também estava totalmente vazio. Entrei em pânico e comecei a correr pela rua, tentando ficar o mais longe possível do local. Mesmo sem ninguém à vista, sentia que estava sendo perseguido. Não tinha destino nenhum em mente; Só corri e corri, pelo que pareceram horas, até cair, sem conseguir respirar, com o coração batendo tão forte que senti que estava tendo um segundo ataque cardíaco, com os músculos da perna latejando de dor e tremendo incontrolavelmente. [longo silêncio] ... E então eu estava em casa. Deitado na cama, olhando para o teto. O coração devagar, as pernas normais, a respiração tranquila. O que aconteceu em seguida é um pouco difícil de relatar, porque passei um bom tempo questionando minha sanidade. Já tive alguns lapsos de memória por privação de sono, mas nem de longe uma situação tão extrema quanto essa. Durante as horas seguintes, me olhei diversas vezes no espelho em silêncio, encarei o telefone, abri e fechei a geladeira sem pegar nada por falta de apetite, e fiquei encarando a foto da senhora V., que estava de volta no bolso da jaqueta.” [fim da fita]
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[S-0043]
“Acabei de ser parado por um guarda de trânsito, por estar dirigindo sem uma das mãos no volante. Instintivamente escondi o gravador que segurava com a outra; durante um segundo senti terror pela possibilidade de que o tomasse de mim, o que agora percebo que foi um comportamento irracional. Dirigi um pouco mais e resolvi encostar o carro para terminar a gravação. Continuando – Depois de várias horas de inquietação consegui recuperar meu julgamento; tomei uma ducha e fui preparar algo para jantar. Logo depois, ouvi a campainha. Já era muito tarde para visitas surpresa. Com o coração imediatamente acelerado, olhei pelo olho mágico e vi E., vestindo as mesmas roupas do dia anterior. Preocupado se poderia ter acontecido algo que colocasse em risco sua segurança, mas ainda com o sentimento de paranoia, destranquei a porta mas mantive o pega-ladrão preso. Pela fresta, perguntei se algo havia acontecido, e ela disse que tinha algo muito importante para dizer, ‘antes que fosse tarde demais’, e perguntou se podia entrar. Pedi um momento, fechei a porta, peguei meu revólver e enfiei nas calças por dentro da jaqueta. Abri a porta, e E. entrou. Diferente do nosso encontro no parque, parecia muito mais tranquila, sem os sinais de instabilidade de antes. Perguntei se poderia gravar nossa conversa, e consentiu. A gravação está na fita de número trinta e oito, e foi a única que resistiu desses dois dias perdidos. [longo silêncio] ... O conteúdo de nossa conversa foi profundamente perturbador. Diversas vezes tive o ímpeto mórbido de atirar em E. para que parasse de falar, e de alguma maneira com esperança de que toda a minha angústia terminasse desta forma. Como, de fato, não resolveria nada, esperei terminar seu relato, dito de forma tranquila e serena, gelando minha espinha. Todas as vezes que ouvi novamente a fita, senti enjôos, tontura e dores de cabeça. Após terminar o ‘depoimento’, E. ficou me encarando em silêncio. Perguntei se podia ajudar com mais alguma coisa, e ela disse que o melhor que eu poderia fazer era ‘aceitar o amor’ dentro de mim. Depois disso se levantou, foi até a porta, esperou para que abrisse para ela, e foi embora. Depois de trancar firmemente a porta, olhei pelo olho mágico e não a vi mais. Profundamente incomodado com tudo que havia acontecido no dia, fui dormir. [estática forte por vários minutos]” [fim da fita]
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[S-0044]
“O gravador começou a [estática] dev– [estática] –aden–[estática] –finalizar o relato. Na noite passada, novamente tive insônia, com a impressão de várias vezes ter visto movimento e ouvido sons do lado de fora das janelas do meu apartamento. Sonhei de novo com o toque do telefone, só que dessa vez, com resposta. Em meu sonho, quem me ligava era a senhora V., com seu inesquecível timbre sóbrio, que ouvi tantas vezes na rádio. Ela me perguntou por que eu temia, e respondi que estava tentando fazer justiça. Que não acreditava que ela teria tirado a própria vida, e que o caso tinha uma importância especial pra mim. Ela riu, disse que ficava feliz por eu ser um fã dedicado, mas disse que estava melhor do que nunca. Não lembro completamente do conteúdo da nossa conversa, mas lembro de sua voz estar leve como nunca tinha a ouvido antes. Ela dizia que agora podia ver o que antes não podia enxergar, ouvir os sons das coisas inaudíveis, sentir todos os cheiros que existem fora da nossa imaginação, e viajar sem barreiras como nunca pôde antes. E que, acima de tudo, se sentia amada, verdadeiramente amada, como nunca tinha sentido desde sempre, mesmo antes dos anos que passou presa à cama. Confesso que o motivo para relatar o sonho não atende muito ao interesse da investigação, mas ouvir sua voz de novo foi a melhor sensação que senti nos últimos anos, e reacendeu minha determinação em encontrar respostas. Tomei um café breve, e saí de casa em direção à cena do crime, determinado a investigar mais uma vez. Devia estar começando a sofrer consequências fortes da falta de sono, porque só me lembro de trancar a porta de casa e recobrar a consciência já dentro do quarto da senhora V. Também acredito que devo ter descumprido várias normas de trânsito e dirigido em altíssima velocidade, porque quando olhei em meu relógio, praticamente tempo nenhum havia se passado. Parece sensato evitar pegar no volante de agora em diante, enquanto estes lapsos não cessarem. De pé em seu quarto, com o corpo já removido, não parecia que um assassinato tinha ocorrido ali. As coisas estavam exatamente como da última vez que a vi em vida. Seu olhar triste ficou pra sempre gravado na minha memória. Mas sua voz continuava linda. Inclusive, sua tristeza parecia tornar sua voz ainda mais bonita. A única coisa que fazia era olhar o céu noturno que tanto gostava, pela claraboia que tinha construído em cima da cama. Não queria livros, não gostava de receber visitas, mal comia. Apenas ficava olhando para o céu. Todas as vezes que a visitei, era como se nem percebesse minha presença. Algum empregado podia colocar as flores que eu trazia em um vaso, mas ela nunca as olhava. Relembrando nossos poucos momentos juntos, passei a mão sobre o espaço que ocupava na cama, e por mero acaso resolvi levantar os travesseiros. Encontrei um pequeno caderno, com capa em couro avermelhado, com sua assinatura na contracapa. Exasperado em como uma evidência tão crucial esteve esse tempo todo debaixo dos nossos narizes, e percebendo que provavelmente não encontraria nada mais relevante, coloquei o caderno no bolso da jaqueta e vim para o píer. Aqui termina o relato das fitas que foram corrompidas nesses dois dias. Posso ter esquecido um detalhe ou outro, e apesar da incongruência aparente de alguns eventos, estou determinado a não desistir da investigação. Vou ler o diário agora. Se encontrar algo relevante, como imagino que irei, torno a gravar.” [fim da fita]
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[NÃO NUMERADA]
“[estática] –faz sentido. As últimas entradas no diário são recentes demais, dos últimos meses. Quem é esse admirador? Por quem ela expressava esse amor todo, em palavras tão bonitas? Quem estava te visitando, quem estava te cortejando? Ela só recebia visita de familiares além de mim. Não? Não podia ter um admirador. Só eu a visitava. Ou ela mentiu pra mim esse tempo todo? [estática] –pois de tudo que eu fiz?! A única pessoa que ficou do lado dela?! [estática] Dez anos, com uma inválida?! [estática crescente] –guém mais te queria! É assim que você acha que retribui amor?! SUA P– [estática forte] –NAD–[estática forte] –PENA! POR PENA! E AINDA ASSIM VOC–[estática forte]
[silêncio]
… O que ele tinha?
[silêncio]
Era algo que eu não podia te dar?
[silêncio]
[estática leve] Você o queria tanto... que era melhor morrer do que ter que ficar ao meu lado?
[silêncio]
[estática crescente] Ele era mais bonito do que o céu da noite, que você tanto olhava?
[silêncio longo]
[estática forte] … Ele amava você mais do que eu te amava?”
[estática até o fim da fita]
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[DPM-0455–001]
“[voz feminina] Homem, meia-idade, solteiro, investigador particular. Sem sinais de arrombamento ou confronto. Não era próximo dos vizinhos, que demoraram a perceber irregularidade. Apesar do mau odor, não apresenta sinais de decomposição avançada. Como não possuía familiares, sua arcada dentária foi sujeita à análise para identificação do corpo. Debaixo do seu colchão foram encontradas várias fitas numeradas, que estão sendo analisadas na estação. Suicídio é contemplado como causa mortis, mas apesar de possuir algumas armas de fogo, não foi seu instrumento de escolha. Contudo, Cabo [estática] afirmou ter um ‘mau pressentimento’, e ficava olhando por trás das quinas das paredes, como se esperasse que alguém aparecesse a qualquer momento. Lembrar de relatar o comportamento indicativo de estafa psicológica do Cabo para o DRH após a cerimônia de admissão do [estática leve] novo tenente.”
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[S-0038]
“[voz feminina] O senhor sabe por que eu estou aqui. No fundo do seu coração, o senhor sabe. A investigação não precisa continuar. Não houve ‘crime de ódio’, apenas o crime, imperdoável, do amor. O senhor com certeza já amou, não, senhor [estática]? Nunca houve alguém que a aparência, o cheiro e a voz, deixaram o senhor preenchido por um amor profundo? O senhor não iria qualquer distância para consagrar esse amor? Por acaso, nunca fez nenhum grande gesto por esse amor? [estática] –ódio, é o que o senhor tem. O senhor, ao que parece, odeia o amor, e por isso quer o mal a todos nós que sentimos amor. Não entende o que nós sentimos, porque seu coração está repleto de ódio. O senhor odeia o amor dentro de você, e é incapaz de amar, apenas sente ódio. O que o senhor tem diante de si é uma oportunidade para recuperar o amor que perdeu. Ser inundado com um amor, profundo e sem fim. Um amor tal qual a pessoa que o senhor mais odiava agora finalmente consegue sentir, todos os dias. Mas o amor Dele não tem fim. Mesmo o senhor, com o coração tomado pelo ódio, pode receber seu amor. Ele ama a todos nós, apenas espera que você abra o coração e esteja pronto para recebê-lo. E com isso [estática] –mais para amar, e o amor cresce, e nossa família cresce. Todos os outros precisam compartilhar do seu amor. A vida sem seu amor não merece ser vivida. [estática] a todos. Pois o medo é fruto do ódio. O medo afasta do Seu amor. Para receber Seu amor, é preciso ser um de nós. E nossa família cresce com Seu amor. Até que o medo e o ódio não existam mais. [estática] Nada mais. [estática crescente] ... apenas amor. [estática até o fim da fita]”
[FIM DA TRANSCRIÇÃO]
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